domingo, 15 de julho de 2012

Asas



Um dia asas eu criei e aos céus voo lancei,
E lá do alto pude eu a cidade pequenina contemplar,
As pequenas luzes amarelas um desenho se punham a pintar,
E eu do alto a cidadezinha inteira poderia pegar,
Sem ao menos minhas mãos esticar,
Vasculha-la com cuidado para ti achar,
Olhando as avenidas tumultuadas que pareciam rios,
De luzes pequeninas a se formar na imensidão do céu,
Brancas e vermelhas, milhares delas não conseguia mais contar,
E se um dia pudesse eu cada uma delas pegar com certeza,
Do alto via as cidades que pareciam maquetes pequeninas,
Com carrinhos de brinquedos e seres de plástico moldáveis,
Será que disso mesmo não passamos nos?
De pequeninos bonequinhos de plástico com articulações,
Microchips cerebrais prontos para receber,
Quaisquer tipos de informações oriundas de diversas fontes,
Fontes as quais não sabemos as veracidades dos fatos,
Será mesmo que somos tão pequeninos,
Que não podemos ao menos gritar para ser ouvidos?
Ou será que nos somos grandes e podemos tudo fazer,
Mesmo que grande não somos possamos juntar forças,
Para que assim grande nos tornamos e a liberdade, conquistaremos,
Mais a beleza das luzes lá de baixo me lembrou a de seus olhos,
Com menos intensidade e menos beleza que seus lindos olhos,
Aos quais sou capaz de mergulhar e por instantes nunca mais voltar,
Já não sei mais se olho para a imensidão celeste,
Ou se simplesmente vejo um milésimo de seus olhos,
Já não sei se estou simplesmente em um sonho dentro deles,
Mergulhado em uma de suas íris cor anil,
Só espero não estar em um rio dentro de seus olhos,
Pois a corrente dele sempre me levara a uma imensidão negra.  

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