O
céu escuro da metrópole cinza,
Será
esse o mesmo céu,
Que
vejo cinza de minha janela,
Esse
grande céu que se confunde,
Com
a selvagem cidade a minha volta,
De
minha janela via a mata,
Sentia
o perfume da terra molhada,
O
cheiro da chuva e o ar gelado,
Esse
último, vindo das araucárias,
Que
cercam minha casa,
O
ar em minha janela é puro e leve,
Já
aqui, na grande cidade cinza,
A
paisagem da manhã é tomada pelo sol,
Forte
e impiedoso que acorda a todos,
Sem
mesmo perguntar se desejam levantar,
E
levantam-se como zumbis cambaleantes,
E
a selva... A grande selva de pedra urbana,
Arranha
céus, prédios comerciais,
A
fumaça que quase se torna um ser social,
Como
se tivesse vida ao escapar pelos escapes,
Os
carros, ônibus, motos, helicópteros,
Que
cruzam o céu e o chão caótico da manhã,
Essa
gente que corre sem cessar e passa pela janela,
Aquela
pequena janela do decimo segundo andar,
Do
grande prédio salmão,
Será
que sabem eles que de lá do alto,
Esta
alguém a vigia-los e pensando,
O
quão errôneo são suas insanas andanças,
Ou
ao menos passa em suas mentes,
Que
quanto mais correm menos tem,
Ou
a ganancia já os cegaram a tempos,
São
como as formigas de minha terra,
A
correrem sem parar no sol escaldante,
Sinto
falta de meu lar, e não vejo a hora de voltar,
Voltar
pro mato, mesmo não sendo muito mato,
Mas
é lá que me sinto bem,
No
meio do mato ouvindo a chuva nas arvores,
E
os passarinhos a me acordar de manhã,
Apenas
vinte e um quilômetros de distância,
Mas me faz tanta falta seu
ar de interior...