sábado, 29 de março de 2014

Saudade de casa.


Quero minha casa,
Minha pequenina e aconchegante casa,
Na encosta da colina verdejante,
Lá onde passei tanto tempo tranquilo,
A como me faz falta aquela relva,
Aquele cheiro de barro no fim da tarde,
As botas sempre sujas,
Meu cavalo sempre livre pelos campos,
Que falta me faz aquele plano,
Aquela gente que me sorria,
Que falta me faz poder amar alguém todo dia,
Ver o fumo escapar pelas chaminés altas de pedra,
O cheiro da comida sendo preparada por todos,
Aquela pequena vila onde aprendi a ser bom,
E agora aqui nesse lugar o que devo aprender,
O será que estou aqui para ensinar,
Será que essa gente é triste assim,
Ou será que já acostumaram-se com a dor,
A solidão das horas soltas nos ponteiros,
O andar rápido das pessoas pelas ruas,
E o correr dos atrasados,
Me falta paz me falta gente com alma,
Ai como tenho saudades daquela calma. 

domingo, 9 de março de 2014

A Ilha



Para além do beijo solido entre o céu e o mar,
Nem ao menos sabia eu,
O que de lá esperaria,
Só após ver a terra ao longe,
Pude perceber que minha vida estava a mercê,
Quanto tempo se passou,
Já ao menos nem sei,
Vivi muitos séculos depois que lá aportei,
Meu coração a cantar uma sinfonia atroz,
Tão voraz como as gaivotas que cruzavam os céus,
Longe de casa em plena a estação,
Seria aquela maldita canção,
Que ouvira em tempos imemoriais,
Saberia depois que a ilha se pós,
Cantando por baixo de minhas botas,
Primeiro veio o riso, a festa e a emoção,
Foi ai que cessou a canção,
Veio então o fogo, o choro e a desolação,
Encontrei-te em meio a um alçapão,
Onde refúgio encontrei em meio a destruição,
Após ouvir novamente a canção,
Pude eu novamente ser feliz então,
Agora tanto tempo depois,
Reapareces em meio a minha solidão,
Novamente me seduz com seu olhar,
Me renova com seus beijos,
E abruptamente me diz não,
Deixa me novamente em meio a escuridão,
Tremendo de frio e trancando no alçapão.