domingo, 9 de março de 2014

A Ilha



Para além do beijo solido entre o céu e o mar,
Nem ao menos sabia eu,
O que de lá esperaria,
Só após ver a terra ao longe,
Pude perceber que minha vida estava a mercê,
Quanto tempo se passou,
Já ao menos nem sei,
Vivi muitos séculos depois que lá aportei,
Meu coração a cantar uma sinfonia atroz,
Tão voraz como as gaivotas que cruzavam os céus,
Longe de casa em plena a estação,
Seria aquela maldita canção,
Que ouvira em tempos imemoriais,
Saberia depois que a ilha se pós,
Cantando por baixo de minhas botas,
Primeiro veio o riso, a festa e a emoção,
Foi ai que cessou a canção,
Veio então o fogo, o choro e a desolação,
Encontrei-te em meio a um alçapão,
Onde refúgio encontrei em meio a destruição,
Após ouvir novamente a canção,
Pude eu novamente ser feliz então,
Agora tanto tempo depois,
Reapareces em meio a minha solidão,
Novamente me seduz com seu olhar,
Me renova com seus beijos,
E abruptamente me diz não,
Deixa me novamente em meio a escuridão,
Tremendo de frio e trancando no alçapão.

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