Queria ser tão frio quando esse metal que me cobre,
Essa
maldita aflição que me assola,
Assombrando-me
com memorias de um novo passado,
Sozinho
o caminho é sem graça,
É
como se fosse o mais rigoroso inverno,
Mas
sinto esse frio em meu ser,
Como
se novamente congelasse o sangue em minhas veias,
Queria
que jazesse em terra essa carne fraca que me envolve,
Repousaria
assim sem medo do amanhã,
Tornando
a voltar pra casa,
Mesmo
que em trevas envolto como um lençol,
Estaria
feliz em fim como um cão,
Ficaria
reposto em meu lugar,
Esse
ao qual nunca deveria ter saído,
Sinto
o sangue faltar em meus dedos,
Já
é hora de retornar a aquele lugar tão bonito,
De
onde a injustiça é selada em véu,
Meu
corpo já não tem mais forças para sair desse chão,
E
como o frio mármore a me expor,
Sepultado
jaz meu corpo em dor,
E
esse maldito topor que me isola desse mundo cruel,
Corte
minha carne oh lamina da justiça,
Faça-me
voar com os símbolos que me atiçam,
E
novamente estarei a cuidar de ti,
Mas
por hora vigio sua sombra de um lugar diferente,
E
um dia minhas asas se tornaram reluzentes,
Mas
não hoje, hoje só resta a vingança em meus olhos,
E
a vontade de morte em meu coração.