quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Odio


E novamente começo com “tão vil é a traição dos homens”,
Com o peito destroçado e o coração que já não bate,
Que o infortúnio se torne regra,
Desse desprazer chamado vida,
Me toma novamente o gosto da angustia,
E a raiva que congela meu peito cansado de amar,
Homens pequenos e de coração endurecido,
Pelo tempo em pueril esquecido,
Gélido corre o veneno em minhas veias,
Essa louca raiva que me toma ensandecido,
Gritos esses de minha alma que me deixam surdos,
Já não ouço mais o coração que antes batia,
Agora descompassado em pura agonia,
Simplesmente sussurra por um pouco de piedade,
Gélido em um chão frio dessa cidade,
A última lagrima rola pelo rosto pálido,
Sobe aos céus a vaidade dos anjos,
Como um perdão em meu ouvido a soar,
Os sinos ao longe cintilam ao tocar,
Dizem previamente ao viajante,
Que sua vida era apenas um instante,
E o simples fato do seu respirar,
Nada dizia ao mundo,
Nem menos a ele quiçá.