segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A Cruz



Não sei ao certo quanto tempo fazia,
Anos, meses, dias, não me recordo ao certo,
Mais fazia tempos que não olhava o céu diurno,
E nele via toda a claridade e a imensidão azul,
Que se funde com o lindo branco das nuvens,
Que acentuam o céu como se fossem pinturas,
A angulação do sol que forma tons de azul,
Que vão clareando-se, à medida que chegam ao horizonte,
Lá no horizonte onde as arvores se misturam,
Formando uma grande faixa verde escura,
Será que é lá onde o sol se esconde ao ouvir seis badaladas?
Ou será que logo ira descansar de um cansativo dia,
Será lá que escondes suas asas noturnas,
Com as quais visitas meus sonhos e retorna noite após noite,
A quanto tempo não abria as janelas,
E simplesmente deixava a luz penetrar em meu cômodo,
Já não sei mais nem quanto tempo passou aqui,
Quanto mais o tempo que perdi contando as horas,
Olhando o relógio tiquetaquear sem sentido ou direção,
Só o que sei e que em ti pensei e já não sei mais como para,
Não sei ao menos se quero parar de em ti pensar,
E isso tudo simplesmente pelo céu olhar.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Aguia






Como a bela águia que alça voo no céu matutino,
E que transforma-se e renova-se aos quarenta anos,
Eu tão pequenino e frágil em meu casulo,
Serei obrigado a passar por provação igual?
Será que serei obrigado a subir ao penhasco,
E como você mutilar-me por cento e cinquenta dias?
Vou abrir minhas assas belas e formosas após isso,
Irei voar o mais alto com minhas garras novas,
E com meu grande bico irei gritar ao sete ventos,
Fazendo com meu meus inimigos relembrem,
Toda a força e vitalidade de outrora,
Esse que novamente estará afixada em meu ser,
Após subir alto e alongar pela terra minha sombra,
Grande e majestosa sombra que vislumbro do alto,
Cairei livre ao chão tendo em minha mente a imagem,
De abraça-lo com o corpo todo em um último suspiro,
Abro novamente as asas e fluo em rasante sobre o chão,
E com as garras abertas e em velocidade extrema,
Vislumbro o pequeno coelho a espera de minha bicada fatal,
E quando ele perceber-me será tarde demais para correr,
E ai que me pergunto a simples questão da vida,
Em que animal vou me basear hoje,
A cada dia uma selvageria diferente,
A cada ora um suspiro natural e uma brisa com cheiro de mato.