O
que guarda a cama embaixo do viaduto,
Agora
vazia jaz em luto,
O
que guardava ora outra tão surrada e rota,
Histórias
de amor e lutas guarda ela resoluta,
O
que outrora cama enxuta,
Junta
poeira ou má conduta,
Ha
uma cama no viaduto,
Que
hoje da abrigo aos insólitos,
Será
que nela encontram-se sonhos,
Ou
será só mais um capítulo caduco,
Que
guarda em ti o grande viaduto,
Esperanças,
sonhos, aconchego,
Era
tudo que queria o pobre mameluco,
Que
vivia aos soluços,
Chorando
as magoas dos malucos,
Que
vivem embaixo dos viadutos,
Esperando
como uma vela acessa,
Que
o pavio chegue ao fim nessa mesa,
Espera
no frio cortante em custo,
Que
seja socorrido desse grande viaduto,
Já
que ali estão aos soluços,
E
chora o quanto seja bruto,
Pois sabe que pode nunca
deixar seu viaduto.