terça-feira, 12 de novembro de 2013

Viaduto


O que guarda a cama embaixo do viaduto,
Agora vazia jaz em luto,
O que guardava ora outra tão surrada e rota,
Histórias de amor e lutas guarda ela resoluta,
O que outrora cama enxuta,
Junta poeira ou má conduta,
Ha uma cama no viaduto,
Que hoje da abrigo aos insólitos,
Será que nela encontram-se sonhos,
Ou será só mais um capítulo caduco,
Que guarda em ti o grande viaduto,
Esperanças, sonhos, aconchego,
Era tudo que queria o pobre mameluco,
Que vivia aos soluços,
Chorando as magoas dos malucos,
Que vivem embaixo dos viadutos,
Esperando como uma vela acessa,
Que o pavio chegue ao fim nessa mesa,
Espera no frio cortante em custo,
Que seja socorrido desse grande viaduto,
Já que ali estão aos soluços,
E chora o quanto seja bruto,
Pois sabe que pode nunca deixar seu viaduto.

Nenhum comentário: