quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Lobo Solitário


Lobo irmão meu de quatro patas,
Uive para que saiba que não olho só,
Que não estou só a ela olhar,
 Como um lobo solitário eu vivo,
A olhar a lua no alto de minha cabeça,
Uivo alto e sem cessar,
Pois sei que um dia essa dor irá passar,
A proteção de meu pai em mim está,
Protege-me dos inimigos e das dores,
Mas meu coração não para de sangrar,
Sangra dia noite a agonizar,
Não sei mais respirar,
Instinto será a vida que levo,
Pois só a ela me apego,
A noite me agrada assim como a lua,
Espirito gélido, pálido, sombrio,
Restou-me a escuridão a proteger-me,
De mim mesmo ou do monstro que sou,
Meus olhos no espelho parecem diferente,
Soam como longínquos e sem expressão,
Restam as cinzas,
Cinzas estas que deixou aqui,
E que o vento não se deu conta de soprar,
Para longe da minha solidão,
No canto fico a olhar,
E olho a imensidão do céu da noite,
E ao longe ouço um lobo,
Um grande lobo cinza a uivar,
E sei que meu irmão está a me chamar,
Chamando a matilha para o acompanhar,
Nessas noites frias de solidão.

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