Lobo irmão
meu de quatro patas,
Uive para que
saiba que não olho só,
Que não estou
só a ela olhar,
Como um lobo solitário eu vivo,
A olhar a lua
no alto de minha cabeça,
Uivo alto e
sem cessar,
Pois sei que
um dia essa dor irá passar,
A proteção de
meu pai em mim está,
Protege-me
dos inimigos e das dores,
Mas meu coração
não para de sangrar,
Sangra dia
noite a agonizar,
Não sei mais
respirar,
Instinto será
a vida que levo,
Pois só a ela
me apego,
A noite me agrada
assim como a lua,
Espirito gélido,
pálido, sombrio,
Restou-me a escuridão
a proteger-me,
De mim mesmo
ou do monstro que sou,
Meus olhos no
espelho parecem diferente,
Soam como longínquos
e sem expressão,
Restam as
cinzas,
Cinzas estas
que deixou aqui,
E que o vento
não se deu conta de soprar,
Para longe da
minha solidão,
No canto fico
a olhar,
E olho a imensidão
do céu da noite,
E ao longe
ouço um lobo,
Um grande lobo
cinza a uivar,
E sei que meu
irmão está a me chamar,
Chamando a
matilha para o acompanhar,
Nessas noites
frias de solidão.
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