terça-feira, 16 de julho de 2013

Senhor dos Quatro Cantos


Laços apertados são facilmente rasgados,
Chaves são apenas portais para o outro lado,
Vejamos então quais portas escolher,
Temos todas as chaves só nos falta as portas,
Fugir da sanidade realidade não é do meu feitio,
Prefiro ficar à deriva em mim mesmo,
Buscando um refúgio em meu mar de monstros,
Esse mar que me carrega em meu pequeno barco,
E quando chego a terra firme cultivo meu templo,
E nesse meu templo interior busco os cantos,
E nos cantos ouso os cantos dos deuses dos cantos,
Sem pestanejar ajoelho diante de suas magnânimas presença,
Encontro lá meus grandes e meus pequenos mesmo que singelos,
Estão todos lá em seu lugar na prateleira do templo,
Existe um lugar muito escuro e afastado do resto do templo,
E é lá que se encontram os que nem são para mim,
Guardo-os também para não esquecer de tomar cuidado,
É aqui que me encontro quando não estou em lugar algum,
Quero suspirar em um lugar mais calmo longe da confusão,
E sempre perto dos meus desejos, medos e coragens,
E é lá também que está tudo que você quis me dizer,
Meu templo, meu paraíso, guarda meus planos, dilemas e virtudes,
Lembro-me quando sonhava, agora já nem ao mesmo durmo,
E onde estão aqueles que antes juravam-me amizade,
Nem ao mesmo no escuro são guardados,
Posso até parecer um animal feroz,
Mais não passo de um grande animal sentimental,
E sempre penso mais que duas vezes antes de agir,
Falar já é questão de vicio sem parar ou respirar,
As vezes existem poeiras nos cantos,
Lembro-me a primeira vez que as limpei,
Hoje em dia juntam-se teias de aranhas,
E sobram morcegos pelos vales e labirintos do templo,
E mesmo assim sinto-me em casa ao respirar esse ar.