Laços
apertados são facilmente rasgados,
Chaves
são apenas portais para o outro lado,
Vejamos
então quais portas escolher,
Temos
todas as chaves só nos falta as portas,
Fugir
da sanidade realidade não é do meu feitio,
Prefiro
ficar à deriva em mim mesmo,
Buscando
um refúgio em meu mar de monstros,
Esse
mar que me carrega em meu pequeno barco,
E
quando chego a terra firme cultivo meu templo,
E
nesse meu templo interior busco os cantos,
E
nos cantos ouso os cantos dos deuses dos cantos,
Sem
pestanejar ajoelho diante de suas magnânimas presença,
Encontro
lá meus grandes e meus pequenos mesmo que singelos,
Estão
todos lá em seu lugar na prateleira do templo,
Existe
um lugar muito escuro e afastado do resto do templo,
E
é lá que se encontram os que nem são para mim,
Guardo-os
também para não esquecer de tomar cuidado,
É
aqui que me encontro quando não estou em lugar algum,
Quero
suspirar em um lugar mais calmo longe da confusão,
E
sempre perto dos meus desejos, medos e coragens,
E
é lá também que está tudo que você quis me dizer,
Meu
templo, meu paraíso, guarda meus planos, dilemas e virtudes,
Lembro-me
quando sonhava, agora já nem ao mesmo durmo,
E
onde estão aqueles que antes juravam-me amizade,
Nem
ao mesmo no escuro são guardados,
Posso
até parecer um animal feroz,
Mais
não passo de um grande animal sentimental,
E
sempre penso mais que duas vezes antes de agir,
Falar
já é questão de vicio sem parar ou respirar,
As
vezes existem poeiras nos cantos,
Lembro-me
a primeira vez que as limpei,
Hoje
em dia juntam-se teias de aranhas,
E
sobram morcegos pelos vales e labirintos do templo,
E mesmo assim sinto-me em
casa ao respirar esse ar.