segunda-feira, 9 de maio de 2016

Vingança


Queria ser tão frio quando esse metal que me cobre,
Essa maldita aflição que me assola,
Assombrando-me com memorias de um novo passado,
Sozinho o caminho é sem graça,
É como se fosse o mais rigoroso inverno,
Mas sinto esse frio em meu ser,
Como se novamente congelasse o sangue em minhas veias,
Queria que jazesse em terra essa carne fraca que me envolve,
Repousaria assim sem medo do amanhã,
Tornando a voltar pra casa,
Mesmo que em trevas envolto como um lençol,
Estaria feliz em fim como um cão,
Ficaria reposto em meu lugar,
Esse ao qual nunca deveria ter saído,
Sinto o sangue faltar em meus dedos,
Já é hora de retornar a aquele lugar tão bonito,
De onde a injustiça é selada em véu,
Meu corpo já não tem mais forças para sair desse chão,
E como o frio mármore a me expor,
Sepultado jaz meu corpo em dor,
E esse maldito topor que me isola desse mundo cruel,
Corte minha carne oh lamina da justiça,
Faça-me voar com os símbolos que me atiçam,
E novamente estarei a cuidar de ti,
Mas por hora vigio sua sombra de um lugar diferente,
E um dia minhas asas se tornaram reluzentes,
Mas não hoje, hoje só resta a vingança em meus olhos,
E a vontade de morte em meu coração.

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