segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Penumbra

A vida passou por mim e eu fiquei aqui,
Parado como um poste de esquina,
Só a olhar os carros,
Em alta velocidade a passar por mim,
Sentado em um canto escuro da sala,
Essa enorme sala em que me encontro,
A única coisa que vejo,
É uma pequena fagulha de luz,
Acima de minha cabeça,
Um singelo rastro de luz que em rodeia,
Uma sala escura onde já estive antes,
Apenas uma sala grande e escura,
Felizmente a escuridão me acolhe,
Não sinto mais medo,
O que antes era paúra se torna coragem,
Fico sempre parada olhando pra imensidão,
Não me pergunte quão grande era à sala,
Pois só sabia que era grande, pois não enxergava o fim,
Sempre a mesma imensidão negra a me envolver,
Um abraço apertado da morte,
Um suspiro gélido de seu alazão relinchante,
Negro de olhos vermelhos,
Nada mais assustador que o sentido da morte,
Mais não para quem já se acostumou a viver morto,
Pois pra que adianta estar vivo se o coração já não bate,
A morte de bom grado seria se de tanto mais puro a ouvia,
A mim a mão estendia subir a garupa servia,
Contudo a recusaria, viver por amor morreria,
Mais o que naquela noite faria,
Se a morte me julga,
Fino fio a lamina do algoz,
Rasga os céus com um corte só,
Que dilema cruel, a morte me pregara,
Morrer por amor eu viver sem ele?
A resposta sei de cor,
Mais vale viver amando do que morrer sofrendo,
Pois nada mais há de ser do que esperançoso ser,
A espera de um novo entardecer,
Sempre carregando no pensamento aquela que deve ser,
A maior das musas a meu ver,
E isso tudo se resume a nada mais que o que sinto por você!

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