segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Raio duplo destruído



Aqueles dias em que a maldade humana tomava meu ser,
A patente que me colocou em destaque no esquadrão,
Destruição de vidas e extermínio de indefesos,
A reparação daquilo que nunca foi infligido,
Insígnia pesada que carregava em meu peito,
O duplo raio negro ornamentado pela cruz da escuridão,
A primeira lembrança de seu sorriso encantador,
Foi no mesmo momento em que conhecia meu senhor,
Senhor dos enganos e ilusões ao qual seguia cegamente,
Foi você que tão sabiamente novamente da escuridão me retirou,
Me resgatando com suas asas de papel,
Papeis esses que era de minha função a destruição,
E de sua a proteção tão zelosa,
A biblioteca da cidade era como sua grande morada,
O fogo dessa vez era o que consumia suas esperanças e sonhos,
Entre lagrimas de desespero e fúria se fez você,
Recompôs minh’alma ao estado primal do ser,
Então despertei de minhas amarras,
A primeira viagem de avião e a fuga do antigo continente.

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