terça-feira, 5 de maio de 2020

Rosas




As rosas são as mais belas flores,
E em todas elas há espinhos,
Tão grossos e rígidos como ossos,
As feridas em minhas mãos se cicatrizam,
Em meu peito resta a dor lancinante,
Meus olhos marejados dela transbordam,
Uma lagrima solitária recobre o papel,
Impedindo-me de               escrever a próxima linha,
As lembranças de seus sorrisos ferem minha alma,
Como um cinzel a forjar meu ser,
Lapidando a pedra bruta que esconde meu eu,
Retirando da cela o monstro que em mim habita,
Esse que berra seu nome em desespero sepulcral,
As noites de conversas alucinantes se findaram,
Só me resta o silencio e a companhia da escuridão,
No escuro do meu quarto interior,
Em um canto recluso e soturno mais distante,
Um menino se esconde em posição fetal,
Em meio a prantos com os olhos marejados,
Seus sapatos desamarrados em contradição com seu semblante,
Os olhos cheios de ódio e dor fitam a escuridão,
E ela lhe estende a mão em afago,
Entregando-lhe seu destino amargo,
O pequeno ser que me habita cede as suplicas,
Da tão velha amiga escuridão,
Essa que sempre lhe tomou os dias os fazendo mais bonitos,
Esse pequeno que não mais amaldiçoaria o destino,
Mas sim sempre saberia que seus erros e acertos seriam reconhecidos,
A justiça em seu ser foi forjada por um martelo de raios,
Coragem de viver a vida com suas máscaras de prazer,
Esperando um dia poder viver a vida que sempre há prometido a ti,
Um guardião inefável do tempo que passa arrastado,
Sabe-se do sangue que escorre de suas mãos calejadas pelos milênios,
Nesse tempo não há mais de sangue escorrer,
Há necessidade da espada já se foi com os barcos à deriva,
E aqui agora lhe resta a pena a qual seu coração será sucumbido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns 👏👏 que poesias mais lindas que a outra 🙌