A Campina

As paisagens que passam rapidamente,

No embaçado vidro do carro,

Que corre em alta velocidade,

Passam-me despercebidas por um momento,

Em outros voa como águia o pensamento,

E solto no ar volta àqueles tempos,

Onde nada era mais importante que te amar,

Voa livre rápido e sereno feito um pequeno,

Que corre ao vente sem saber da vida o veneno,

Sem perceber o tempo se passa e a vida amargue-se,

Mais no pensamento que fica a lembrança não vai,

Não deixas partir os cheiros e os sentimentos,

Que há tempos há cultivado no solo fértil do coração,

E mesmo que não tenha vingado a planta ali esta,

A esperar que tudo mais seja lindo e forte como era,

Nada há de mudar o sentimento quando vejo,

Aquela campina ao qual me lembro de ti,

Lembro-me como era lindo, aqueles momentos,

Em que nos deitávamos na grande relva verdejante,

E aos céus olhávamos com olhares apaixonados,

Como eram belos aqueles momentos de escurecer,

Aos quais contávamos as estrelas e lá estava a nossa a brilhar,

Aquela que a muito já havíamos escolhido para nossa morada,

Qual brilha intensamente no céu noturno sem cessar,

A que pequena é mais com um brilho tão forte que hipnotiza.