sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Intruso no ninho

Como um pássaro em um ninho alheio,
Sinto-me completamente deslocado,
Em meio à sociedade atual,
As pessoas já não são mais como eu me lembro,
Alguns não acreditam,
Mas coisas estranhas acontecem com todo mundo,
Mesmo que você não se lembre depois mais acontecem,
A rotina dos dias atuais não é a mesma,
Que de quando eu me lembro,
A correria, a presa, os carros, ônibus, buzinas e barulhos,
Coisa que meus ouvidos não eram acostumados a ouvir,
Lembro-me como era bom ouvir o relinchar dos cavalos,
Os tilintares das esporas douradas,
Os gritos de guerra,
As canções nos bandolins ao anoitecer, envolta a fogueira,
Ver as tendas armadas de cima de uma duna,
Ver as estrelas brilhantes no céu escuro da noite,
Sentir o peso da espada em minha cintura,
O da malha em meus ombros e o do elmo em minha cabeça,
Lembro-me das cores fortes das flâmulas a balançar no mastro,
E dos irmãos a seguir em marcha para cidade,
Andando pelo deserto, com apenas um pequeno cantil,
E a sorte ao nosso favor, carregando escudos e lanças,
Sempre esperando o ataque do inimigo,
Possivelmente vindo de todos os lados,
Infiéis assim que o chamavam,
Uma guerra travada com cruzes,
A cidade à frente e o sol as nossas costas,
O calor insuportável da malha quente encima da pele,
As luvas de couro, proteção indispensável na época,
Quentes como brasas em minhas mãos,
O suor pingando na areia quente,
Isso recordo muito bem,
Só não me Pergunte como, pois não saberei responder.

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