domingo, 1 de setembro de 2013

Reticências


Será que as noites ficaram claras?
Ou apenas esqueci-me quão escuro era o dia,
Foram elas que tanto tempo me acolheram,
Tem sido ela que me abre os braços,
A noite fria e gélida que me habita,
Ou será que eu que habito nela,
A sentença já foi dada...
O juiz custa a deixar cair seu martelo,
Mas em sua mente o processo corre,
Assim como eu que corro do ponto,
O final que persegue-me,
O tolo que recusa-se a aceitar,
O inevitável que vira...
Seu coração uiva solitário a lua,
Aquela que premia sua bela noite,
E ao mesmo tempo ilumina seu ser,
Reticencias já não são suficientes,
Seu espirito não quer mais prolongar-se,
Sente-se arrastar pelos pontos do tempo,
E esse relógio que teima em denunciar,
Que o tempo não para de passar,
E enquanto passam-me a acenar,
Fico aqui a esperar,
Novamente a hora de começar,
O muro novamente construirá,
E pelo que vejo logo não cederá,
Quando ceder a certeza terá,
Sem pensar a reticencias voltara,
E nunca mais pensara em ponto final colocar,
A frase e o pensamento não mais terminara,
Todos já haverão de saber o quão feliz esta,
E mesmo assim sentado a pensar,
Em um fio de rua a passar,
Ali seu corpo velado jaz,
Junto com a água fria a passar,
Pelo seu rosto que a chorar ficara,
E as lagrimas que formam o veio,
Sem cessar rolaram pelas ruas,
E só pararão quando chegar o verão,
E só assim secadas serão,
Pelo quente ar que as cortarão...

Nenhum comentário: