quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Saudades De Escrever...


Como pode um poeta não sentir-se inspirado,
Se escrever não lhe faz mais sentido na vida,
Ou será que a vida não lhe tem mais sentido,
Será que aquele poeta ao qual chuta pedras,
Sente em seu caminhar o peso da vida,
Mas não para nem por um minuto seu caminhar,
Olhando sempre à frente,
Nunca abaixa sua cabeça para a vida,
Segue um caminho reto ao qual ama seguir,
E mesmo assim nunca é acompanhado,
Segue nas ruas solitárias com o luar em sua moleira,
Assoviando uma canção que de longe vem lembrando,
Como um fantasma urbano a caminhar pela noite,
Segue seu caminho sem ao menos olhar pra trás,
Qual canção será essa que esse pobre homem,
Assovia com um andar quase tristonho,
Mas ao mesmo tempo muito confiante de si,
Terno negro como a noite e um chapéu em sua cabeça,
Trás em seu olhar tristezas já de outrora,
Confianças e esperanças de agora,
Ouve o sino da igreja a soar uma única badalada,
E como um andarilho que és caminha despreocupado,
O singelo poeta entra em uma portinhola e de lá não sai,
E por anos não se ouviu mais seu nome nem mesmo seu rosto,
E quando novamente aparece por uma infeliz guinada do destino,
Se torna saudoso o pobre menino... 

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